Muitos já chamaram o pobre Jacó de enganador, usurpador, suplantador e outros “ors” a mais, entendendo que Jacó foi desonesto com seu irmão e o enganou. Não são poucos os pregadores que gostam de trabalhar suas mensagens sobre transformação utilizando o relato bíblico dos gêmeos Jacó e Esaú. Contudo, é realmente isto o que está relatado nos textos bíblicos? Jacó enganou a seu irmão Esaú e é digno de todo o peso que colocamos sobre ele? O texto abaixo, é um trecho de uma das publicações da Emunah, “Gênesis” onde o autor (José Ribeiro Neto) faz uma pequena e objetiva explicação com relação ao ato de Jacó.
Nascem os meninos, o primeiro ruivo e todo como um vestido de pelo; por isso chamaram o seu nome Esaú. Esaú vem do hebraico ‘Essav, talvez um jogo de letras com a palavra s’ear; um outro nome para Esaú é ‘edom, que vem da palavra ‘adom (vermelho). O outro por ter nascido segurando o calcanhar de seu irmão, recebe o nome de Jacó, do hebraico Y’aaqov, que vem da raiz hebraica ‘eqev (calcanhar).
Começou a haver uma divisão na família de Isaque, ainda que o casal Isaque e Rebeca fossem escolhidos por Deus, parece que tiveram dificuldades em administrar sua casa. Rebeca dava preferência a Jacó e Isaque a Esaú (Gn. 25.28). Atitudes de acepção com os filhos podem gerar drásticas consequências futuras e até inimizades entre irmãos, como ocorreu entre Jacó e Esaú.
Os versos 29-34 do capítulo 25 nos mostram a venda da primogenitura de Esaú a Jacó. Embora mais tarde Esaú alegue que foi enganado (27.36), a verdade é que foi ele mesmo que desvalorizou o seu direito de primogenitura e o vendeu por um guisado de lentilhas.
Segundo escavações arqueológicas do período patriarcal, é conhecido que o direito de primogenitura era negociável e poderia ser transferido através de um acordo.
“Por exemplo, um contrato de casamento do décimo quinto século de Alalajh, no norte da Síria (onde a população foi durante muito tempo hurriana), indica que o pai podia desdenhar a lei da primogenitura e designar o filho que seria o ‘primogênito’” (BRIGHT, John. História de Israel. 6ª ed, São Paulo: Paulus, 1978, pg 98).”
Foi isso que Jacó fez com Esaú, um acordo: – “Eu te dou este guisado em troca do seu direito de primogenitura”, ao que Esaú concordou, pronto, negócio fechado; não há qualquer engano aqui, Esaú é que foi precipitado e inconsequente por vender seus direitos por desejo de saciar momentaneamente sua fome. Ser primogênito dava vários direitos ao possuidor; na ausência do pai o primogênito era o responsável pela família; ainda tinha direito à porção dobrada da herança sobre qualquer outro irmão.
O Novo Testamento esclarece ainda mais o mau comportamento de Esaú: “E ninguém seja devasso, ou profano, como Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a benção foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que com lágrimas o buscou. (Hb. 12.14)”
Não devemos desprezar a nossa primogenitura, como o fez Esaú (Gn 25.34), que é chamado de profano; profano é aquele que despreza as coisas de Deus. Não devemos desprezar a nossa santidade (Hb 12.14), pois fazemos parte da graça.
Texto retirado de: NETO, José Ribeiro. Gênesis – Comentário prático capítulo a capítulo, 1ª ed. Poá: Emunah Publicações, 2007.
Fonte: http://www.heresiatofora.com.br/estudos/jaco-enganou-a-esau
Os 2 foram devassos e profanos,Esaú por trocar seu direito de primogenitura por um prato de guisado,poderia comer na casa de seus pais.E Jacó só pela proposta indecente de pedir o direito de primogentura em troca de um prato de comida,já se mostra devasso e profano,chantagista e mesquinho. Deveria dar o prato de guisado por consideração.Mas já que assim o fez se achando justo,assumisse e não fugisse.
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